O cachorro com deficiência que foi abandonado às margens da Estrada do Belmont, em Porto Velho, ganhou um novo lar na quinta-feira (5). A história do pitbull foi revelada pelo G1 na quarta-feira (4), quando a reportagem foi ao local e encontrou o animal debilitado, sujo, com as patas abertas e viradas para trás. O flagrante comoveu os internautas.
Após ver a história do cachorro, um casal correu até a estrada de Porto Velho para adotá-lo. “Foi amor à primeira vista. A condição dele me tocou muito. Já indefeso, ainda mais assim, tão dócil e amoroso. Me apaixonei por ele”, disse a estudante de economia Michele Taborga, de 27 anos.
O cachorro, segundo dois borracheiros que davam alimento e comida ao pitbull, foi abandonado no local no mês de fevereiro. Inicialmente o cachorro foi batizado pelos populares como Foca, por ficar com as patas dianteiras abertas e sem apoio, mas a nova família já deu um novo nome a ele: Benjamin.
Michele, que faz parte da ONG Socorristas de Animais, adotou Benjamin após receber mensagens no WhatsApp com fotos do cachorro e ficar tocada com a condição do animal. Incentivada pelo marido, Matheus Mota, de 24 anos, a estudante correu para retirá-lo da estrada e adotá-lo .
“Foi uma alegria inesperada, pois pensei que ele [Benjamin] estaria tristinho pela situação em que se encontrava. Na hora que o vi, ele começou a abanar o rabo, depois o peguei e ele começou a me lamber, comecei a fazer carinho nele. Nossa, foi demais”, disse, emocionada.
Segundo Michele, Benjamin e Teo, como é carinhosamente chamado, já se dão muito bem. “O Benjamin é tranquilo e se deu bem também com os outros. Eu perdi uma gatinha recentemente atropelada e é horrível. Há pessoas que não têm cuidado. Mas agora é amor dobrado ao Benjamin e aos outros”, assegurou.
Por conta de sua condição congênita, Benjamin precisará de cuidados redobrados. Michele disse já ter levado o filhote ao veterinário e ainda aguarda o resultado dos exames.
Conforme a estudante, o filhote vai passar por fisioterapia para estimular o movimento dos músculos e evitar que fiquem mais atrofiados do que já estão. O cachorrinho também está com o tórax achatado por ficar sempre deitado e usará frauda.
A família também avalia a possibilidade de comprar um carrinho para ajudar na locomoção do pitbull, já que, de tanto se arrastar, os cotovelos e os joelhos do cachorro estão machucados.
O veterinário que atendeu Benjamin confirmou que o pitubull não foi espancado pelo antigo dono, mas que a falta do tratamento adequado pode ter piorado o quadro do cachorro.
“O abandono contribuiu. O médico disse que é congênito, já nasceu assim praticamente e só foi piorando cada vez mais, pois não teve o tratamento adequado quando mais filhotinho, não fez fisioterapia. Mas agora ele está bem. Vai crescer ainda. Vai engordar. As cicatrizes dele irão sumir”, relembrou Michele.
Abandono
Em fevereiro, os borracheiros Ozimar Queiroz e Lindomar Queiroz se surpreenderam quando chegaram cedo para trabalhar após encontrarem o animal abandonado.
Sensibilizado com a situação do cachorro, Ozimar, conhecido como Galego, contou ao G1 na quarta-feira que resolveu cuidar do cachorro até encontrar alguém para adotá-lo. Benjamin ficou com os borracheiros durante 20 dias.
Por causa da posição que ficava em uma tábua, o cachorro foi batizado carinhosamente de Foca, pois não consegue se deslocar por ter as duas patas abertas.
Os borracheiros mudavam o cachorro de lugar algumas vezes durante o dia, mas se arrastava na lama para tentar interagir com a única companhia animal tinha: um gato de rua que fica andando pela borracharia e que foi adotado por Lindomar.
Interessados em ajudar no tratamento ou na compra do carrinho de Benjamin podem ligar no número 69 98103-1414 (Michele).