A fumaça gerada pelos incêndios já polui o ar de Porto Velho e diversas partes de Rondônia há mais de um mês
Desde julho, a Estação Ecológica Soldado da Borracha, em Cujubim (RO), enfrenta um cenário devastador de incêndios descontrolados, resultantes de ações deliberadas de grileiros e grandes fazendeiros invasores. A área, que deveria estar protegida, está sendo incendiada com o objetivo de abrir espaço para pastagens de gado, com rebanhos de até duas mil cabeças, segundo reportagem da Folha de São Paulo. Pequenos produtores rurais estão ilhados pelo fogo, sem acesso a ajuda devido à seca que afeta lagos da região, como o Carapanatuba, comprometendo o deslocamento. A fumaça gerada pelos incêndios já polui o ar de Porto Velho e diversas partes de Rondônia há mais de um mês.
Esses incêndios têm como pano de fundo a tentativa de assegurar a posse de terras dentro da estação ecológica, onde também se encontram áreas de conservação ambiental. Além do avanço do fogo, a seca no rio Madeira agrava a situação, tornando mais difícil o acesso e a comunicação com as comunidades afetadas. As consequências desse cenário comprometem não apenas o meio ambiente, mas também a saúde pública e a segurança alimentar das famílias que vivem na região.
O impacto da fumaça já é visível em Porto Velho, onde a qualidade do ar se deteriorou consideravelmente, afetando a população local. As autoridades enfrentam dificuldades para conter o avanço das chamas e a devastação provocada pelas ações ilegais.
A crise, além de ambiental, é humanitária, já que as famílias rurais estão isoladas, enfrentando as chamas sem acesso a recursos básicos.
