A Câmara Municipal de Cujubim foi palco de uma movimentação significativa nesta segunda-feira (23), quando o presidente da casa, vereador Helton Pereira dos Santos, protocolou um pedido para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A iniciativa visa investigar possíveis irregularidades cometidas pelo prefeito João Becker, relacionadas à apresentação de uma certidão do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia, usada para assumir o cargo de vice-prefeito e, posteriormente, o de prefeito.
Segundo a denúncia apresentada por Helton Pereira, existem indícios de que a certidão fornecida por Becker não tenha sido emitida pela referida Corte de Contas. Caso essa irregularidade seja confirmada, a situação pode implicar diretamente na legalidade da posse do prefeito e trazer consequências graves para sua gestão.
A sessão que deveria contar com a presença dos vereadores da base aliada ao prefeito foi marcada por um esvaziamento estratégico. A ausência da maioria dos parlamentares, que apoiam o Executivo, levantou questionamentos sobre uma possível tentativa de barrar ou atrasar a instauração da CPI. Até o momento, os vereadores da base do prefeito não se manifestaram oficialmente sobre o ocorrido.
O presidente da Câmara, em pronunciamento, destacou a importância de apurar o caso com rigor e transparência. “Nosso dever é zelar pela legalidade e pelo respeito às instituições. As acusações são sérias, e cabe a esta casa investigar, sem deixar dúvidas à população”, afirmou Helton Pereira.
A CPI, caso aprovada, terá a missão de investigar a autenticidade do documento apresentado pelo prefeito e esclarecer se houve a utilização de uma certidão falsa para garantir sua ascensão ao cargo de prefeito, o que pode configurar crime de falsidade ideológica e abuso de poder.
Próximos passos e impacto político
A possível abertura da CPI pode ter grande impacto no cenário político de Cujubim, uma vez que o prefeito João Becker, que assumiu o comando do Executivo após a saída de seu antecessor, agora enfrenta a possibilidade de ter seu mandato questionado. Dependendo do andamento das investigações, o processo pode levar a sanções administrativas e até mesmo à cassação do mandato.
Ainda não há uma previsão de quando a CPI será votada ou se a base governista permitirá que o processo avance. No entanto, a pressão popular por respostas tem crescido, e a oposição espera usar a ocasião para minar o governo de Becker.
A reportagem entrou em contato com o prefeito João Becker e com membros de sua base aliada, mas até o fechamento desta matéria, nenhum deles se manifestou sobre o pedido de CPI.
O caso segue sendo acompanhado de perto pela população e pelas autoridades locais, que aguardam os próximos desdobramentos.
Por Almi Coelho
DRT-1207/Alerta Rondônia