Teve início nesta quinta-feira (7) o julgamento de Jorge Martins, acusado de matar a facadas uma estudante depois dela entregar o trabalho em uma faculdade de Porto Velho. O crime foi em junho do ano passado. De início no julgamento, três testemunhas foram ouvidas, entre sete escaladas. Uma delas revelou que Silva Santos Souza, de 39 anos, pediu socorro e chegou a correr antes de ser morta pelo acusado, com quem tinha um caso extraconjugal.
A primeira testemunha a ser ouvida no Júri desta quinta-feira foi o filho do próprio réu, que afirmou não saber que o pai tinha um relacionamento com a vítima Silvia Santos Souza.
A segunda testemunha ouvida foi a irmã de Silvia. No depoimento, ela confirmou saber do caso que a vítima mantinha com Jorge. Segundo ela, o réu chegou a ameaçar Silvia uma vez, dizendo que “se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém”. A testemunha contou, ainda, que Jorge tentou agredir sua irmã uma vez com um soco.
Silvia e Jorge, segundo testemunhas, eram vizinhos, e o acusado era muito próximo da família da vítima. Os dois tinham um relacionamento cada, mas mantinham um relacionamento entre eles há cerca de cinco anos.
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Silvia foi morta após sair da faculdade em Porto Velho — Foto: Rede Amazônica
Segundo a irmã da vítima, Silvia lutava para conseguir o divórcio, que não era dado pelo atual marido. O casal apenas morava na mesma casa e a vítima ia com frequência ao sítio do acusado.
A terceira testemunha ouvida trata-se da vizinha do sítio onde Jorge morava e onde o crime aconteceu. Segundo ela, Silvia chegou por volta das 22h do dia 6 de junho e que após confraternizarem os dois deram início a uma discussão com insultos.
A testemunha relatou, ainda, que ouviu a vítima gritar por socorro e tentar fugir de Jorge, mas acabou pega pelos braços. Depois disso, a vizinha lembra que Silvia ainda gritava com uma voz abafada e depois cessou. Segundo o laudo, Silviia foi morta por asfixia, antes de ser esfaqueada na região do tórax.
Jorge começou a ser interrogada na tarde desta quinta-feira. Um dos quatro advogados responsáveis pela defesa do réu, Roberto Harlei Nobre de Souza, afirmou que a equipe estuda uma melhor tese defensiva.
“Defendemos apenas o fato do qual ele denunciado para se retirar os excessos. Ele é um réu confesso com duas qualificadoras (agravantes), meio cruel e feminicídio. Nós e“Defendemos apenas o fato do qual ele denunciado para se retirar os excessos. Ele é um réu confesso com duas qualificadoras (agravantes), meio cruel e feminicídio. Nós entendemos que esse processo não é cabível com as qualificadoras”, explica o advogado.
Assim, a defesa acredita que o réu não será absolvido, mas que poderá pegar uma pena de seis a vinte anos em consonância com o entendimento do juiz.
Ainda segundo o advoga ouvido, há também um laudo que comprova a agressão contra o seu cliente, o que poderia ser intendido, eventualmente, como uma autodefesa do acusado, mas não o eximiria dos excessos cometidos no homicídio.
Júri popular é composto por sete pessoas, destas, cinco mulheres e dois são homens.
Julgamento
O juiz José Gonçalves da Silva Filho, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da capital, pronunciou o réu, Jorge Martins, conhecido por “Ceará”, pelo crime de feminicídio. O júri ocorre no Fórum de Porto Velho.
Segundo informações de investigadores da Polícia Civil na época, Silvia namorava o dono do sítio onde foi morta.