O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Enfrentamento aos Crimes Cometidos por Facções Criminosas (Nufac), ofereceu denúncia à Justiça contra 34 pessoas investigadas na Operação Escudo de Rondônia.
A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada na Repressão a Extorsões, Roubos e Furtos (DERF), com apoio da Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (FTICCO-RO). De acordo com o inquérito, os denunciados integram a facção criminosa Comando Vermelho (CV), estruturada em Rondônia com divisão hierárquica de funções e atuação em diversos municípios.
Segundo as apurações, entre os dias 11 e 17 de janeiro de 2025, a facção desencadeou uma série de ataques violentos em represália à morte de um integrante em confronto com a Polícia Militar e também como forma de impedir a ocupação do Condomínio Orgulho do Madeira, em Porto Velho, pelas forças de segurança.
Entre os crimes atribuídos ao grupo estão:
homicídios de agentes públicos;
ataques incendiários e explosivos contra prédios e veículos;
Ameaças à população civil;
imposição de “toques de recolher”;
paralisação de serviços essenciais, como transporte coletivo e atividades escolares.
As ordens para os atentados teriam partido da cúpula da facção, incluindo criminosos já presos em unidades prisionais. Um dos líderes, apontado como mandante e articulador das ações, foi transferido para o Sistema Penitenciário Federal (SPF) no decorrer das investigações.
Com mais de 170 páginas, a denúncia descreve a estrutura do Comando Vermelho em Rondônia, organizada em núcleos de comando, planejamento e execução. O MPRO imputou aos acusados crimes de organização criminosa armada com participação de adolescentes, incêndio, explosão e dano qualificado.
As penas para os líderes podem ultrapassar 380 anos de reclusão. Parte dos investigados segue presa preventivamente, e o MPRO solicitou a manutenção das custódias devido à gravidade dos crimes e ao risco de novas ações criminosas.
Agora, caberá ao Poder Judiciário decidir sobre o recebimento da denúncia e o prosseguimento da ação penal, além de analisar o pedido de manutenção das prisões preventivas. O processo será acompanhado pelo Gaeco/MPRO.