quinta-feira, setembro 25, 2025
- Publicidade -

Putin atribui tarifas dos EUA ao Brasil a problemas internos e cita relação com Bolsonaro

Mais lidos

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira (3), em entrevista concedida a jornalistas em Pequim durante visita oficial à China, que as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras refletem problemas internos do Brasil, incluindo questões envolvendo autoridades atuais e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Putin comparou a situação brasileira com a da Índia, que também foi alvo da sobretaxa norte-americana por importar petróleo russo, mas destacou que, no caso do Brasil, o motivo seria político.
“O prazo [para acordos comerciais] foi definido para 8 de agosto, e sanções adicionais foram introduzidas contra o Brasil em 6 de agosto. O que a Ucrânia tem a ver com isso? Há problemas lá [no Brasil]. Há problemas na situação política doméstica, incluindo nas relações entre as autoridades atuais e o ex-presidente Bolsonaro”, afirmou o presidente russo, sem detalhar quais autoridades seriam alvo de sua crítica.

Continua após a publicidade..

As tarifas norte-americanas passaram a vigorar em 6 de agosto, mas alguns setores brasileiros foram poupados, como os de derivados de petróleo, ferro-gusa, aviação civil — o que beneficia diretamente a Embraer — e suco de laranja, que representam cerca de 43% das exportações nacionais.

O presidente norte-americano Donald Trump justificou as sobretaxas ao Brasil alegando perseguição política contra Bolsonaro, que enfrenta julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação em uma trama golpista em 2022. A Primeira Turma da Corte iniciou nesta semana a análise do caso, que pode levar, pela primeira vez na história, à condenação de um ex-presidente e generais por tentativa de golpe de Estado.

Continua após a publicidade..

Putin, ao ser questionado sobre novas sanções europeias contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia, defendeu o diálogo econômico e criticou a postura norte-americana:
“É impossível falar com tantos parceiros nesse tom hoje. Parece-me que, no final, tudo voltará ao mesmo lugar e voltaremos a um diálogo econômico normal.”

Sobre a guerra na Ucrânia, Putin voltou a sinalizar disposição para negociações, embora tenha afirmado que a Rússia está preparada para encerrar o conflito pela força, caso seja necessário. Ele disse ainda estar disposto a conversar com o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, desde que o encontro seja realizado em Moscou e “bem preparado”. A chancelaria da Ucrânia classificou a sugestão como “inaceitável”.

Encerrando sua visita à China, Putin declarou ver “certa luz no fim do túnel” graças, segundo ele, aos “esforços sinceros” dos Estados Unidos para buscar uma solução diplomática para a guerra, o maior conflito terrestre europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

- Publicidade -
- Publicidade -

Você pode gostar também!

Pular para o conteúdo