terça-feira, outubro 1, 2024
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Reunião ministerial pode definir metas e prazos do combate às desigualdades

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Lula chora ao falar da fome em discurso no gabinete de transição em Brasília: combater desigualdade, o grande desafio do governo

Todo mundo é a favor da energia elétrica e da água encanada, assim como não conheço ninguém que seja contra o combate à fome e a favor dos investimentos prioritários em educação, saúde, ciência e tecnologia, geração de empregos com carteira assinada, defesa do meio ambiente, e tudo o mais que foi destruído pelo governo anterior.

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Mas quando se trata de falar de enfrentar a desigualdade, secularmente a maior chaga social do país junto com a escravidão, que o presidente Lula prometeu combater firmemente nos discursos de posse, o papo é outro. Porque, neste caso, necessariamente, alguém terá que ceder para que outros possam crescer, o que inviabiliza de cara qualquer reforma tributária. Afinal, dinheiro não é feito de borracha, não dá pra esticar. Melhor falar toda hora de “ajuste fiscal”.

Nenhum agente econômico, político ou midiático se manifestou até agora sobre o apelo feito pelo novo presidente no domingo para que toda a sociedade se engaje nessa luta para atenuar, pelo menos, as imensas e indecorosas desigualdades, um verdadeiro abismo que separa o Brasil de cima do Brasil de baixo, e garantir o mínimo de vida digna para todos.

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Nem nos discursos de posse dos novos ministros ouvi qualquer referência direta ao tema, embora acredite que todos se engajarão em programas destinados a aproximar um Brasil do outro, tão dessemelhantes, com projetos que ainda deverão ser apresentados e detalhados.

A primeira grande oportunidade para que isso aconteça na prática está marcada para a próxima sexta-feira, quando Lula se reúne pela primeira vez com seus 37 ministros para que todos remem na mesma direção.

É preciso que o presidente estabeleça prazos e metas claras para dar início ao processo, pedindo a cada ministro para responder a uma singela pergunta: “o que eu posso fazer, desde já, na minha área?”, para que o governo alcance seus objetivos no combate às mil desigualdades que assolam o país. Só não vale alegar falta de recursos orçamentários nem “herança maldita” do governo anterior porque já se sabia que seria assim num país destruído ao longo dos últimos quatro anos.

“O Brasil não é um país pobre, o Brasil é um país injusto”, disse certa vez, e com toda razão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, as imorais diferenças entre ricos e pobres, homens e mulheres, brancos e negros, nortistas e sudestinos, cavalcantis e cavalgados continuaram do mesmo tamanho ou aumentaram, na mesma medida em que diminuíram nos últimos anos os investimentos do Estado em políticas públicas básicas.

Inverter as prioridades para “colocar os pobres no orçamento e os ricos no imposto de renda”, como Lula prometeu durante a campanha, será o primeiro passo para promover esta verdadeira revolução na congelada e desumana paisagem social brasileira que avança pelas calçadas e invade as periferias das grandes cidades.

Caberá ao governo agora explicar quem vai ganhar e quem vai perder, e como isso poderá ser feito, o que necessariamente implicará em arrostar privilégios há muito arraigados no alto da pirâmide, onde imperam as guildas corporativas, os marajás dos cassinos financeiros e dos templos dos bispos, os latifundiários hereditários, donos de gado e de gente, e os especuladores de todas as latitudes nacionais e estrangeiras.

Lula deve saber com quem está lidando porque já foi presidente durante oito anos. Ninguém ia ao Palácio do Planalto para oferecer uma contribuição desinteressada, que pudesse diminuir a desigualdade. Como nada indica que o entendimento social das nossas elites tenha melhorado desde o primeiro período de governo dele, a prioridade estabelecida por Lula para seu terceiro mandato será a missão mais difícil da sua vida.

Mas, para quem já teve tantas sobrevidas, nada parece impossível. Se os índices de desigualdade diminuírem um pouquinho só, e milhares de famílias largadas nas ruas encontrarem um teto com comida até o Natal deste ano, já terá sido um milagre.

 

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