Um jornalista de Cacoal relatou ter sido humilhado dentro de uma loja de materiais de construção localizada no Bairro Teixeirão, após tentar trocar uma simples tomada com defeito de fábrica.
Segundo o relato, ele havia passado na loja para comprar o produto e, cerca de quinze minutos após o uso, percebeu que o objeto estava com defeito. Retornou ao estabelecimento para realizar a troca, mas afirma que foi submetido a uma série de constrangimentos.
Ao chegar ao balcão, apresentou o produto com defeito e foi encaminhado ao setor de trocas. Lá, solicitou a substituição da tomada por uma nova, conforme o direito assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor. A atendente informou que precisaria averiguar o produto e retornou cinco minutos depois, pedindo os dados pessoais do cliente para realizar um cadastro.
O jornalista explicou que estava com pressa e que não pretendia comprar nada fiado, portanto, não via necessidade de cadastro para a simples troca de um item com defeito. Disse ainda que sempre comprou à vista na loja e nunca havia sido solicitado cadastro.
A atendente insistiu que só poderia fazer a troca com o cadastro. O cliente então afirmou que deixaria a tomada com defeito na loja e compraria outra. Nesse momento, a funcionária o seguiu e disse que faria a troca mesmo sem o cadastro. Ao tentar concluir o processo, outro funcionário interveio, afirmando que sem o cadastro a troca não poderia ser feita.
Sentindo-se humilhado, o jornalista pediu o produto de volta e se dirigiu ao setor de devoluções. No caminho, encontrou o dono da empresa. Após cumprimentá-lo, perguntou se ele era o proprietário. O homem respondeu que sim e quis saber o motivo da pergunta. O jornalista explicou o ocorrido e entregou a tomada, dizendo:
“Isso é um presente pro senhor, já que não pode trocar como diz a lei do consumidor, pode ficar de presente. Eu vou comprar uma nova.”
De acordo com o relato, o dono se irritou e o chamou de “ignorante” na frente de ao menos quatro funcionários. O jornalista respondeu que o cliente não pode ser ofendido, pois estava apenas exercendo um direito previsto em lei. O dono, então, teria se enfurecido ainda mais e passou a agredi-lo verbalmente.
Após o episódio, o jornalista pediu à vendedora uma nova tomada e decidiu pagar novamente pelo produto, para encerrar o conflito. No entanto, a humilhação não terminou: o gerente da loja apareceu e, segundo o relato, também passou a tratá-lo de forma desrespeitosa.
O jornalista argumentou que a troca era um direito do consumidor e que o cadastro obrigatório configurava abuso, já que a compra havia sido feita à vista. O gerente respondeu que era norma da empresa e que sem o cadastro a troca não seria realizada.
Ele então pagou por um novo produto, mas ao tentar retirá-lo, a atendente constatou um erro na nota fiscal — o item registrado não correspondia ao comprado. O gerente revisou a nota e, de forma ainda mais constrangedora, informou que faria o cadastro da compra em seu próprio nome, recusando-se a entregar a nota fiscal ao cliente.
O jornalista deixou a loja sem o documento fiscal e afirmou que avisou as atendentes sobre a irregularidade, declarando que, se o novo produto apresentasse defeito, retornaria ao local com o Procon e ingressaria com ação judicial.
“Foi uma das tardes mais humilhantes da minha vida”, afirmou o jornalista.