Polícia Federal pediu a prisão de Marcos do Val, mas o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou apenas a busca e apreensão
O Supremo Tribunal Federal negou o pedido feito pela Polícia Federal para prender o senador Marcos do Val (Podemos-ES) na operação de buscas e apreensões feita nesta quinta-feira (15) em endereços ligados ao parlamentar. A ação foi realizada dentro das investigações dos atos golpistas.
No trabalho realizado pelos policiais federais, foram encontrados documentos, computadores, celulares e equipamentos relacionados ao senador.
A PF apresentou vários indícios de que Marcos do Val estava trabalhando para sabotar as investigações, como vazamento de documentos, ataques ao Poder Judiciário e ministro Alexandre de Moraes, além de propagar informações falsas nas redes sociais.
Em entrevista a Veja, no dia 2 de fevereiro, o senador disse que havia sido “extorquido” pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para que participasse de uma trama golpista. Segundo ele, um grampo seria colocado em Moraes para motivar um pedido ilegal de prisão ao ministro.
Mais tarde, o senador afirmou que o plano golpista foi projetado pelo ex-deputado Daniel Silveira e que o ex-presidente Jair Bolsonaro não impediu o aliado.
Em dezembro de 2022, Do Val disse que participou de uma reunião com Bolsonaro e Silveira, onde recebeu um pedido para gravar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Durante o encontro, o parlamentar conduziria o magistrado a “falar que em alguns de seus processos ele ultrapassou a linha da Constituição”, com o objetivo de prender Moraes e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).