As movimentações nos bastidores da política rondoniense apontam para uma disputa intensa por espaços estratégicos dentro da estrutura do governo estadual. Segundo informações apuradas, o deputado federal Maurício Carvalho (UB-RO) estaria em negociações com o governador Marcos Rocha (UB) para assumir o controle de duas pastas de grande relevância: o Departamento de Estradas de Rodagens (DER) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
O interesse no DER estaria diretamente ligado à pré-candidatura da ex-deputada federal Mariana Carvalho ao Senado, também pelo União Brasil. A estratégia, segundo fontes políticas, seria utilizar as obras e ações da autarquia como vitrine para fortalecer a imagem da médica junto ao eleitorado.
Já a Sesau entraria no acordo por razões diferentes. As faculdades Fimca e São Lucas, ligadas ao grupo Carvalho, enfrentam frequentes notificações da secretaria por não possuírem hospital universitário próprio, utilizando a rede pública para as atividades práticas de seus acadêmicos de Medicina. A influência sobre a pasta, nesse caso, poderia reduzir desgastes e abrir espaço para negociações mais favoráveis ao grupo.
Mariana Carvalho, no entanto, dificilmente assumiria o comando da Saúde, já que a nomeação de uma pré-candidata ao Senado para a pasta responsável por fiscalizar justamente instituições ligadas à família poderia gerar repercussão negativa em âmbito nacional.
Além do cenário estadual, cresce também a polêmica em torno do presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, acusado por adversários de negociar diretórios da legenda pelo país. Em Rondônia, Rueda mantém forte proximidade com os Carvalho, sendo apontado como usuário frequente da aeronave da família. A suspeita de que tais serviços seriam oferecidos “de graça” levanta questionamentos sobre eventuais contrapartidas políticas.
Enquanto isso, o governador Marcos Rocha, conhecido por adotar postura conciliadora, tenta administrar as pressões sem se indispor com aliados. Analistas políticos, contudo, ponderam que em gestões mais firmes, como a do ex-governador Ivo Cassol, articulações desse tipo dificilmente avançariam.
