A Polícia Federal (PF) investiga um suposto esquema de desvio de recursos do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do município de Ji-Paraná, que teria sido utilizado na compra dos chamados “títulos podres” — papéis adquiridos a preços altos, mas que não possuem valor real de mercado.
De acordo com os investigadores, a prática não é nova e já foi registrada em outras operações no país. Normalmente, grupos criminosos pagam caro pelos títulos e, em troca, recebem comissões por fora. O prejuízo acaba recaindo sobre os servidores públicos, que contribuem mensalmente para o fundo de previdência e, ao final, descobrem que parte dos recursos desapareceu em investimentos fraudulentos.
Um caso semelhante aconteceu no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Rondônia (Iperon), quando houve risco de colapso no pagamento de aposentadorias. Na época, os poderes estaduais precisaram se mobilizar para evitar um rombo ainda maior.
No caso de Ji-Paraná, a PF apura se houve retorno financeiro para os gestores responsáveis pela operação, configurando crime de corrupção, ou se a situação decorreu apenas de má administração.
O nome do ex-prefeito Jesualdo Pires passou a circular nos bastidores como suposto envolvido no episódio. Caso a investigação aponte responsabilidade, o desgaste poderá comprometer seus planos eleitorais. Pires é lembrado como um dos nomes cotados para disputar cargos majoritários em 2026, como vice-governador, senador ou até suplente.
Até o momento, Jesualdo Pires não se manifestou oficialmente sobre a investigação.
Por Almi Coelho DRT-1207-RO/Alerta Rondônia