Milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo (21) em pelo menos 23 capitais do país para protestar contra a chamada PEC da Blindagem, proposta que prevê mudanças na imunidade parlamentar e que ficou conhecida por críticos como “PEC da impunidade”. Os atos também foram marcados por repúdio à proposta de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro, além de críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
As manifestações foram convocadas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL e ao PT, com participação de movimentos sociais como o MST e o MTST.
Os protestos começaram pela manhã em Brasília, Salvador, Maceió, Natal, São Luís, Teresina, João Pessoa, Belo Horizonte, Cuiabá, Campo Grande, Manaus e Belém. À tarde, os atos ganharam força em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Fortaleza, Recife, Aracaju, Macapá e Goiânia.
Em Salvador, a mobilização em frente ao Cristo da Barra contou com a presença de artistas como Daniela Mercury, Wagner Moura e Nanda Costa, que reforçaram os gritos de “sem anistia” e “fora PEC da impunidade”.
Em Maceió, a cantora Simone discursou no ato realizado na orla da Pajuçara, onde manifestantes exibiam cartazes com frases como “PEC da bandidagem não!”. Ela também cantou o refrão da música “Tá na Hora do Jair Já Ir Embora”, que marcou as eleições de 2022.
No Nordeste, além de Salvador e Maceió, as capitais Natal, João Pessoa, São Luís, Teresina e Fortaleza registraram grandes concentrações. Na capital cearense, o ato ocorreu na praia de Iracema, enquanto em João Pessoa os protestos tiveram críticas diretas a Hugo Motta, eleito pelo estado.
No Recife, milhares de pessoas se reuniram no bairro Santo Amaro com faixas em defesa da democracia.
No Sudeste, os atos tiveram destaque em Belo Horizonte, com participação da cantora Fernanda Takai, e em Vitória, onde a mobilização ocorreu em frente à Assembleia Legislativa.
Já no Sul, mesmo sob chuva, manifestantes ocuparam a Boca Maldita, em Curitiba, e gritaram palavras de ordem contra a PEC e o ex-presidente Bolsonaro. Em Porto Alegre, o ato partiu do viaduto do Brooklyn em direção ao Monumento ao Expedicionário. Em Florianópolis, a concentração ocorreu próxima à ponte Hercílio Luz.
Os manifestantes criticaram o Congresso Nacional pela aprovação da urgência da PEC e pelo avanço do projeto de anistia. As palavras de ordem mais ouvidas foram “Sem anistia, sem perdão” e “Congresso inimigo do povo”, em referência à proposta que, segundo os organizadores, tenta blindar políticos de punições e enfraquecer a democracia.
