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O Adeus de Fred no Fluminense

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Foram sete anos e três meses de alegrias, tristezas, algumas polêmicas e muitos gols. Mas o casamento entre Fred e o Fluminense chegou ao fim na noite da última quarta. Após uma rápida negociação com o Atlético-MG, que ganhou força na segunda-feira, o atacante teve a sua contratação anunciada pelo presidente atleticano Daniel Nepomuceno no Twitter. Uma entrevista coletiva com o presidente Peter Siemsen e o diretor executivo de futebol Jorge Macedo está marcada para a tarde desta quinta. O agora ex-capitão tricolor deixa as Laranjeiras com 172 gols marcados em 288 jogos e vai render aos cofres do clube cerca de 1,5 milhão de dólares (R$ 5 milhões).

Mas o principal ''ganho'' financeiro  do Flu é o alívio na folha salarial. Com vencimentos de R$ 800 mil mensais, divididos entre salários e direitos de imagem, Fred ainda custaria cerca de R$ 33 milhões ao clube das Laranjeiras até dezembro de 2018 – data do fim do seu contrato. A saída dividiu os tricolores nas redes sociais e deixou a dúvida no ar: qual o preço de um ídolo?

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O roteiro de adeus passa ainda pelo aumento negado no início do ano, pela insatisfação de Fred com o problema, pela relação desgastada com o técnico Levir Culpi, pela vontade de parte da diretoria e por uma liderança que já não era mais considerada a mesma no vestiário.

– O Fluminense hoje não comporta mais um jogador como o Fred.

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A frase acima é de uma pessoa ligada à alta cúpula de futebol tricolor e foi dita no meio da confusão entre o atacante e Levir no início de abril. Representa o pensamento de alguns membros do conselho diretor do clube em relação ao capitão. O lado torcedor dos dirigentes não aprova a saída pelo o que o ídolo representa. O lado gestor, no entanto, vê o adeus como necessário no atual momento do futebol brasileiro. Sem o aporte financeiro da Unimed há um ano e meio, o Fluminense sofreu com os atrasos da Viton 44 em 2015. Hoje se vê em busca de um novo patrocinador master desde março. Sem a mesma força para gerar receitas do que outros rivais e em desvantagem na divisão das cotas de televisão, o clube luta para se manter no topo e na briga por títulos. O custo benefício de Fred, um atacante de 32 anos com salário de R$ 800 mil, não se encaixava mais nesse panorama. 

O camisa 9, aliás, queria ganhar mais. Volta e meia pedia aumento para voltar a receber R$ 1 milhão por mês, seu último salário na Era Unimed. O Tricolor não aceitava. Como o Flu abriu o cofre nas contratações no início do ano, o atacante insistiu. Foi quando a diretoria prometeu tentar até o meio do ano. Caso não conseguisse, o jogador seria negociado. Nesse meio tempo, existiu até a possibilidade de a Dryworld arcar com os R$ 200 mil que faltavam. Mas as negociações com o staff de Fred não evoluíram. 

O atacante queria permanecer no Rio ou então voltar para Belo Horizonte, capital de seu estado natal, onde moram seus parentes e a família de sua esposa Paula Armani, que está prestes a dar a luz à segunda filha do atacante. Nos últimos dias, ele foi oferecido ao Cruzeiro, seu ex-clube, que recusou. Já o Atlético-MG gostou da ideia e contratou Fred pensando na iminente saída do argentino Pratto.

Nos bastidores das Laranjeiras, muita gente já via um desgaste natural na liderança de Fred após mais de sete anos. E a briga com Levir deixou isso claro. Enquanto a diretoria se negou a demitir o treinador, com quem o atacante deixou claro em um primeiro momento que não jogaria mais, o elenco não se revoltou contra a provável saída do capitão. Muito pelo contrário. Muitos reagiram com indiferença ao imbróglio. No único jogo sem Fred durante a confusão, boa atuação e vitória tranquila sobre o Volta Redonda por 2 a 0.

Apesar de Fred não ter contado abertamente sobre a sua saída aos jogadores, muitos já sabiam da decisão. E boa parte deles gostou da notícia. As broncas exageradas e o perfil individualista já incomodavam. Alguns atletas mais jovens acreditavam que o camisa 9 “só dava moral” quando era conveniente. O empenho nos últimos jogos, quando os companheiros julgaram que o atacante correu mais do que o normal, também chamou atenção.  Seu último gol foi marcado contra o Botafogo, no dia 29 de maio.
Até esta madrugada, Fred ainda estava no grupo de Whatsapp do elenco e comissão técnica. Depois de se despedir dos jogadores nesta quinta-feira, a mensagem “Fred foi removido do grupo” vai aparecer. Um ato também simbólico para o Fluminense encontrar um novo caminho sem sua maior referência.

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