Sete agentes penitenciários foram feitos reféns por detentos na UPP (Unidade Prisional do Puraquequara), em Manaus, na manhã deste sábado (02). Segundo a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), a rebelião teve início por volta das 7 horas (horário de Brasília) e não há informações sobre mortos.
A pasta informou que a rebelião começou durante a entrega do café da manhã, quando internos serraram a grade de duas celas e fizeram os agentes de socialização reféns. Os presos atearam fogo em colchões e, de fora da unidade, era possível visualizar a fumaça intensa e ouvir gritos.
Em nota, a autoridade penitenciária do Amazonas disse que os presos ainda não libertaram os agentes e exigem a presença da imprensa e de grupos de direitos humanos.
“O Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e forças de segurança da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) – Rocam, Coe, Batalhão de Choque, Companhia de Cães – estão no local e já iniciaram as negociações”, disse a secretaria.
A causa do motim ainda é investigada. Desde 16 de março deste ano, quando o Governo do Amazonas baixou o primeiro decreto de ações de combate ao novo coronavírus, a administração penitenciária adotou medidas que ampliam as limitações nos presídios, como a suspensão de visitas.
A rebelião ocorre quando o surto de coronavírus sobrecarrega os serviços públicos em Manaus, com autoridades enterrando vítimas em valas comuns e alertando os moradores sobre a falta iminente de caixões.
No ano passado, mais de 50 presos foram estrangulados ou esfaqueados até a morte, enquanto gangues rivais lutavam entre si em quatro prisões distintas de Manaus.