Trinta por cento dos eleitores paulistanos afirmam que não votariam de ‘jeito nenhum’ no candidato
O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, experimentou um aumento nas intenções de voto, mas também viu sua rejeição crescer. De acordo com dados recentes do Datafolha, a taxa de eleitores paulistanos que afirmam “não votar de jeito nenhum” em Marçal subiu de 30% para 34%.
A rejeição a Marçal teve um crescimento mais acentuado entre os jovens. No grupo de 16 a 24 anos, a rejeição aumentou de 26% para 46% nas últimas duas semanas. Nesse segmento, Marçal é o candidato mais rejeitado, empatado tecnicamente com José Luiz Datena (PSDB), que tem 36% de rejeição. A margem de erro geral da pesquisa é de três pontos percentuais, mas para esse grupo específico é de nove pontos.
Esse aumento na rejeição pode ser atribuído à estratégia de Marçal de usar intensivamente as redes sociais, particularmente entre o público jovem. Com quase 13 milhões de seguidores no Instagram, Marçal tem publicado conteúdos que incluem ataques a seus adversários. Essa exposição exagerada pode estar causando um efeito contrário ao desejado, com uma parte do público se distanciando devido à agressividade do candidato.
Em uma entrevista ao “Balanço Geral” da TV Record, Marçal reconheceu que sua abordagem agressiva foi uma tentativa de chamar a atenção e pediu desculpas aos eleitores de São Paulo. Ele admitiu ter feito coisas que podem ter sido desagradáveis para alguns: “Para chegar onde eu cheguei agora, liderando as pesquisas, eu tive que chamar atenção de um jeito que talvez não te agradou. Te peço perdão por isso.”
Apesar da estratégia de chamar atenção, o efeito não foi positivo entre os jovens. A intenção de voto para Marçal caiu de 25% para 23% na faixa etária de 16 a 24 anos, o único grupo em que ele teve uma variação negativa. Na faixa etária de 25 a 34 anos, o apoio a Marçal passou de 21% para 24%, mas ainda dentro da margem de erro de sete pontos.
A rejeição de Marçal entre as mulheres manteve-se estável em 32%, o mesmo percentual da pesquisa anterior. No entanto, a proporção de votos femininos que ele recebeu aumentou de 8% para 15% nas últimas duas semanas. Essa resiliência ocorre apesar de declarações machistas feitas por Marçal sobre a deputada federal Tabata Amaral (PSB), sua adversária. Marçal afirmou em um debate promovido pela revista “Veja” que Amaral poderia estudar suas propostas porque “não tem marido e não tem filhos”.
A pesquisa foi realizada pelo Datafolha com 1.204 eleitores de São Paulo entre terça e quinta-feira. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi contratada pela TV Globo em parceria com o jornal “Folha de S.Paulo” e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-08344/2024.
Com informações de O Globo.