O Conselho Tutelar de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, informou nesta terça-feira (24) que não sabia que a menina Lauanny Hester estava morando com o pai em Ariquemes (RO). A criança, de 2 anos, foi espancada até a morte no sábado (21) pelo pai e madrasta, na casa da família.
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia, o conselheiro Alexandre Bonfim lamentou a morte da garota e que o órgão não sabia que a menina estava na casa do pai, William Monteiro da Silva, 25 anos. Segundo ele, no dia do homicídio a menor deveria estar com a avó no distrito de Jaci-Paraná em Porto Velho.
“No mês de fevereiro essa criança já sofreu maus-tratos e foi constatado agressões, mas o Conselho, prontamente atendendo a denúncia que foi feita, aplicou a medida protetiva acolhendo a criança na casa de acolhimento. No mês de maio, a Justiça deu a guarda de Lauanny pra sua vó paterna”, diz.
Na última segunda-feira (23), a Polícia Civil divulgou que a menina já tinha sofrido agressões do pai. Em fevereiro, a menina teve o braço quebrado.
“Por causa disso, o judiciário determinou que o Conselho Tutelar entregasse a criança pra sua avó paterna e isso foi feito. E foi solicitado que a Vara da infância de Porto Velho fizesse o acompanhamento, então o Conselho Tutelar de Ariquemes não tinha conhecimento que essa criança tinha retornado pra casa dos agressores”, conta Alexandre.
Nesta terça-feira, o judiciário manteve a prisão preventiva do pai, William, e a madrasta, Ingrid Bernardino Andrade, 23.
O que se sabe até agora:
- A polícia acredita que a menina foi espancada e morta depois de rasgar um pacote de farinha de trigo;
- O laudo aponta que Lauanny morreu com traumatismos múltiplos;
- No corpo dela havia fraturas graves no crânio, tórax, quadril e abdômen;
- Na delegacia, Willian não chorou por ter matado a filha;
- Segundo a polícia, a mãe de Lauanny deixou a criança aos cuidados do pai há cerca de 1 ano e a mulher não foi mais vista pela família;
- A defesa do casal diz que o pai negou ter agredido a criança a ponto de matá-la;
Morte de Lauanny
Lauanny Hester Rodrigues, morreu depois de ser espancada pelo pai e a madrasta no fim da manhã do sábado (21), no bairro Marechal Rondon, em Ariquemes.
A Polícia Militar (PM) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por vizinhos que ouviram a criança sendo agredida. Porém, quando a equipe médica e a guarnição chegaram a menina não apresentava mais sinais vitais.
O pai da criança, William, e a madrasta, Ingrid, foram localizados pela PM em uma prainha. Segundo a corporação eles estavam deitados embaixo de uma árvore junto com um bebê de 5 meses, que é filho do casal.
Segundo Rodrigo Camargo, delegado responsável pelo caso, durante o interrogatório os suspeitos disseram que, de fato, tinham batido na menina por duas vezes.
“Às 2h40 da manhã eles acordaram, foram até a cozinha e viram que a criança tinha rasgado um saco de farinha de trigo. Diante disso, o pai acabou dizendo que para corrigir acabou agredindo a criança. Uma agressão absurda que, na minha visão e da polícia judiciária, configura tortura”, disse o delegado.