A Polícia Civil (PCDF) prendeu nesta terça-feira (24/9) sete membros de uma organização criminosa que fraudava dados de funcionário públicos. O grupo agia falsificando documentos das vítimas, como RG, contracheques e comprovantes de residência, além de falsificar Carteiras de Habilitação junto ao Departamento de Trânsito (Detran).
As investigações da Operação Alicantina tiveram início em janeiro deste ano e são conduzidas pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). A polícia identificou até o momento 50 vítimas da organização e estima prejuízo de mais de R$ 1 milhão.
“A partir de janeiro deste ano algumas vítimas procuraram a delegacia informando que seus dados tinham sido subtraídos porque elas não estavam recebendo o salários que regularmente recebiam”, explicou o coordenador da Corf, Wisllei Salomão.
Segundo a polícia, o grupo invadia contas de e-mail e de outros sistemas informáticos, e usava o nome das vítimas para realizar contratos, como de locação de imóvel e planos de telefonia móvel. Contas correntes, empréstimos pessoais e demais transações financeiras também eram feitas com os documentos falsos.
“Eles tinham acesso aos bancos de dados dos servidores, alteravam a senha e produziam documentos falsos. Com base nisso, eles abriam contas em bancos, transferiam o salário para esses novos bancos e faziam empréstimos”, informou o delegado.
Os dados obtidos permitiam que o grupo solicitasse a segunda via da CNH dos servidores. “Eles recebiam a CNH, que era materialmente verdadeira, mas a fotografia era de algum deles da quadrilha. Assim, eles financiavam veículos e os revendiam a terceiros de boa fé.”
Com o esquema, a organização conseguiu financiar 14 veículos e tentou fazer o financiamento de outros cinco. A polícia apreendeu nesta terça-feira (24/9) dois veículos, procurações e documentação falsa. Os sete membros da organização foram presos em Vicente Pires, Guará, Park Way, Taguatinga, Ceilândia, Santa Maria e Recanto das Emas.
“A investigação continua vamos tentar identificar outras pessoas envolvidas nessa organização criminosa e também seguir o lastro do dinheiro, onde ele foi utilizado e para o quê foi utilizado”, acrescentou Wisllei.
Os integrantes estão presos temporariamente e deverão responder por estelionato, organização criminosa, fabricação e uso de documento falso e invasão de dispositivo de informática. Todos os membros do grupo já têm passagem pela polícia.