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Associação pede revogação de domiciliar de Roberto Jefferson por xingamentos a Cármen Lúcia

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Pedido foi feito ao Supremo Tribunal Federal no âmbito do inquérito que investiga milícias digitais.

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia pediu na noite desta sexta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da prisão domiciliar do ex-deputado federal Roberto Jefferson em razão de um vídeo em que ele profere xingamentos contra a ministra Cármen Lúcia.

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O pedido foi feito no âmbito do inquérito que investiga milícias digitais na Corte e endereçado ao ministro Alexandre de Moraes, que é relator da investigação. Não há prazo para a decisão.

No vídeo, o ex-deputado ataca a ministra Cármen Lúcia por discordar de um voto dela em julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Por determinação de Moraes, Jefferson está impedido de usar as redes sociais. Ele está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, desde janeiro e chegou a ser preso em inquérito que apura a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Aosubstituir a prisão pela domiciliar, Moraes estabeleceu medidas a serem cumpridas pelo ex-parlamentar:

  • proibição de qualquer comunicação exterior, inclusive participação nas redes sociais;
  • proibição de visitas sem autorização judicial;
  • proibição de qualquer espécie de entrevista, salvo com autorização judicial;
  • proibição de contatos com outros investigados no inquérito das milícias digitais.
  • A associação de juristas afirma que, no vídeo, Jefferson agride de forma “absolutamente violenta e misógina” a ministra Carmen Lúcia e descumpre as medidas cautelares impostas, por isso, deve voltar a ser preso em regime mais gravoso.

    Neste sábado, 250 advogadas divulgaram uma nota de solidariedade à ministra e afirmam que a fala foi “agressiva, descabida e criminosa”.

    “O conteúdo agressivo, machista, misógino e discriminatório expresso no vídeo divulgado recentemente pelo ex-parlamentar Roberto Jefferson é uma excrecência, afronta a todas as mulheres, a sociedade e as instituições republicanas”, diz o manifesto.

    O Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público também divulgou nota na qual afirma que repudia veementemente as declarações e manifesta apoio incondicional à ministra.

    A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) se solidarizou com a ministra. “A manifestação é duplamente grave, porque atenta contra o exercício da magistratura e também porque se apoia em estereótipos de cunho sexista”, afirma.

    A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) repudiou “atentados à independência judicial da ministra” por meio de insultos e ofensas absurdas. “O Estado Democrático de Direito não admite que magistrados e magistradas sofram ameaças em decorrência do exercício da atividade jurisdicional, sobretudo se proferidas em meio a discursos de ódio eivados de preconceito e discriminação.”

    Leia a nota na íntegra da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD):

    “A Associação Brasileira De Juristas Pela Democracia – ABJD apresentou na noite dessa sexta-feira (22) ao ministro Alexandre de Moraes uma notícia de crime cumulada com pedido de revogação de prisão domiciliar do ex-deputado Roberto Jefferson, em virtude do vídeo distribuído nas redes sociais, em que ele agride de forma absolutamente violenta e misógina a Ministra Carmen Lúcia por ocasião de voto proferido em ação no Tribunal Superior Eleitoral – TSE que obrigou a retirada de Fake News da emissora de Rádio, TV e plataformas de internet Jovem Pan.

    Juridicamente a entidade aponta os sucessivos descumprimentos das medidas cautelares determinadas por Moraes ao ex-deputado, que já é investigado no Inquérito das milícias digitais (Inquérito 4.874). Ao conceder a prisão domiciliar, entre outras coisas, Moraes o proibiu de usar redes sociais.

    No mérito a ABJD aponta, ainda a absoluta repugnância ao conteúdo misógino, o discurso de ódio contra uma mulher, ofendendo a sua dignidade com insultos e xingamentos, e aponta a ocorrência dos crimes contra a honra, que tem previsão na Constituição Federal e no Código Penal: injúria, calúnia e difamação. Crimes que Roberto Jefferson já cometeu contra outros membros do STF e já é investigado.

    O descumprimento de ordem judicial é motivo de revogação de medidas cautelares e retorno a um regime de cumprimento de pena mais gravoso”.

    Leia a nota na íntegra da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe):

    “A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), entidade representativa da magistratura federal brasileira, se solidariza com a Ministra do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, em face dos ataques injustificáveis e inaceitáveis sofridos em decorrência de sua atividade jurisdicional.

    A manifestação é duplamente grave, porque atenta contra o exercício da Magistratura e também porque se apoia em estereótipos de cunho sexista, que historicamente sedimentam violações de direitos das mulheres, o que exige uma forte reação para que não se naturalizem comportamentos repugnantes como estes, vindos de quem quer que seja.

    O Estado Democrático de Direito se caracteriza pela pluralidade de valores, sendo imprescindível que todos os cidadãos, em especial figuras públicas, dediquem igual dignidade e respeito a todas as pessoas.

    Por isso, a reação da Magistratura deve ser firme e inequívoca, de forma que essas atitudes não sejam banalizadas ante tantas ofensas que vêm sendo proferidas durante este momento da história brasileira.

    Ao tempo em que presta irrestrita solidariedade à Ministra Cármen Lúcia, a Ajufe reitera sua posição de banimento desse tipo de conduta e a necessidade de responsabilização em todos os âmbitos, inclusive o criminal, para que se possa avançar na construção de uma sociedade mais justa, plural e solidária”.

    Leia a nota na íntegra da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB):

    “A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), maior entidade representativa da magistratura no Brasil, repudia os atentados à independência judicial da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármem Lúcia por meio de insultos e ofensas absurdas.

    O Estado Democrático de Direito não admite que magistrados e magistradas sofram ameaças em decorrência do exercício da atividade jurisdicional, sobretudo se proferidas em meio a discursos de ódio eivados de preconceito e discriminação.

    Machista e misógino, o ataque agride a honra de todas as mulheres, sendo representativo da situação de abusos e coações a que muitas estão submetidas diariamente.

    A Constituição Federal estabelece, como cláusula pétrea, a independência dos Poderes. Aqueles que discordam de decisões judiciais devem buscar a revisão delas dentro do próprio Judiciário. Gestos que visem abalar a efetividade da prestação jurisdicional são inaceitáveis.

    Renata Gil, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB)”.

    Leia a nota na íntegra do Movimento Nacional de Mulheres do Ministério Público:

    “O MOVIMENTO NACIONAL DE MULHERES DO MINISTÉRIO PÚBLICO, coletivo que congrega aproximadamente 400 membras dos Ministérios Públicos, REPUDIA, VEEMENTEMENTE, as declarações públicas, absurdas, de ataque misógino e desrespeitoso, lançadas pelo Sr. ex-Deputado Roberto Jefferson, em vídeo, a atingir a posição jurisdicional, de mulher e de pessoa humana, na tentativa de desqualifica a Excelentíssima MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, em razão de sua decisão como Membra do TSE – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL.

    Este MOVIMENTO, em SORORIDADE e em observância ao ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO e ao princípio da DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, que não podem ser violados por uma suposta liberdade de expressão, manifesta seu APOIO INCONDICIONAL à MINISTRA e espera que essa atitude seja punida, por ser extremamente ofensiva à dignidade feminina e a do Sistema de Justiça”.

    Fonte G1

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