Um ofício da Vigilância Sanitária, encaminhado ao Ministério Público do Trabalho (MPT-MT), aponta que Patrícia Beatriz Albuquerque, de 38 anos, que morreu de Covid-19, no sábado (25), contraiu o vírus do marido que trabalha em um frigorífico de Colíder, no norte do estado.
Patrícia foi transferida para Goiânia devido às complicações que teve logo após dar à luz à Ana Beatriz, em Mato Grosso, com 34 semanas de gestação. Separada da filha, ela ficou mais de 15 dias internada tratando a doença, mas não resistiu e morreu, deixando Ana Beatriz e o marido Valtair Porto.
De acordo com a procuradora Ludmila Pereira Araujo, que entrou com uma ação contra o frigorífico onde Valtair trabalha, se iniciativas não forem tomadas pela empresa, mais trabalhadores serão contaminados e, consequentemente, seus familiares.
Nesta terça feira (28), Ludmila incluiu nos autos do processo o falecimento de Patrícia, que se contaminou após a exposição do marido na empresa.
Na ação, o MPT-MT pede testagem em massa e o afastamento de todos os trabalhadores que testarem positivo.
“Aliado à gravidade de que Colíder conta com um sistema de saúde muito precário, tanto que a Patrícia teve que realizar parto prematuro. Seu bebê teve que ser transferido para o Hospital Santa Casa, em Cuiabá e ela precisou ser transferida para um hospital de Goiânia”, ressaltou.
Até a propositura da ação, na quarta-feira (22), eram 84 casos confirmados no frigorífico. Fazendo um paralelo com o boletim de casos na cidade, na época com 498 casos, 16,87% de todos os casos do município eram de trabalhadores de apenas uma empresa.
Família contaminada
Além de Patrícia e Valtair, a filha do casal também foi contaminada pelo novo coronavírus após o nascimento.
Ela ficou internada por 9 dias para tratamento, mas recebeu alta após ser curada da doença.
Valtair, que acompanhava a mulher no tratamento, também já se recuperou das complicações causadas pelo vírus e agora se deve se dedicar aos cuidados da filha.