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Nem holocausto tira Bolsonaro do córner da tentativa de golpe

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Acuado pelo inquérito da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro enxergou na crise diplomática entre Lula e Israel uma oportunidade para tentar sair do córner. Mobilizou sua tropa na Câmara para protocolar um par de pedidos de impeachment contra o rival.

Numa escala de zero a dez, é de menos onze a chance de Lula ser afastado da Presidência por ter cometido o erro crasso de afirmar que a matança de palestinos em Gaza não tem precedente histórico, exceto “quando Hitler resolveu matar os judeus”.

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Um dos pedidos de impeachment, de autoria do deputado bolsonarista André Fernandes, foi protocolado na segunda-feira, menos de 24 horas depois da frase desastrosa de Lula. O segundo, de autoria da deputada Carla Zambelli, vai à mesa da Câmara com a adesão de mais de uma centena de parlamentares, a maioria do PL de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto. A lista de signatários inclui pelo menos 28 deputados de partidos que compõem o ministério de Lula: PP, PSD, Republicanos, MDB e União Brasil.

A aprovação da abertura de um processo de impeachment exige o voto favorável de dois terços da Câmara. Ou seja, seria necessário que 342 dos 513 deputados votassem a favor. Lula precisaria mobilizar apenas 171 deputados para barrar a iniciativa. Os deputados contrários ao impeachment não precisariam nem mesmo dar as caras no plenário, pois as ausências contariam a favor de Lula.

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Um inquilino do Planalto que não tivesse a capacidade de arregimentar menos de 200 deputados a seu favor seria um presidente terminal. E Lula está longe, muito longe dessa condição. De resto, para que um pedido de impeachment chegasse ao plenário, o presidente da Câmara precisaria incluir a encrenca na pauta.

Ironicamente, Arthur Lira, o imperador da Câmara, manteve no gavetão de assuntos pendentes do seu gabinete mais de 140 pedidos de impeachment formulados contra o então presidente Bolsonaro. Lira não tem a mais remota intenção de agir de modo diferente com Lula. Quer dizer: a despeito do oportunismo dos aliados, Bolsonaro continuará no córner em que foi acomodado desde que Mauro Cid, o ex-ajudante de ordens, trocou a lealdade ao ex-chefe, por um acordo de colaboração com a Justiça.

Não é a primeira vez que o bolsonarismo recorre ao oportunismo anedótico do impeachment. Com as duas iniciativas mais recentes, os pedidos de afastamento de Lula já somam 18. É como se o capitão, zonzo pela perspectiva de adicionar à inelegibilidade um lote de sentenças criminais, batesse com a cabeça na parede, na expectativa de que, a qualquer momento, a parede se transforme numa porta de fuga para a penca de crimes que cometeu no exercício da Presidência.

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