As frequentes vacilações de auxiliares do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, não servem apenas para marcar na opinião pública uma imagem desfavorável do governo. Elas se prestam, também, para levar à opinião pública à insegurança e à perplexidade.
A inércia do secretário municipal de saúde, Alexandre Porto, por exemplo, tem sido motivo de críticas as mais diversas, inclusive de parlamentares da base aliada do prefeito. Na sessão de terça-feira (21), o vereador Jacaré (PSDC) propôs ao plenário que se convocasse o representante da Semusa para falar sobre a falta de médicos e medicamentos nas unidades de saúde.
Na segunda-feira (20), a vereadora Ellis Regina (PC do B) disse que estava revoltada com a maneira com que membros da equipe do prefeito vêm tratando servidores municipais, evidenciada numa sucessão de erros administrativos, que findam prejudicando a categoria. Para Ellis, a decisão de recorrer contra o pagamento do quinquênio foi uma bofetada na cara do funcionalismo, que há anos espera colocar a mão na grana.
No inicio deste mês, durante audiência pública, realizada no plenário da Câmara, para discutir os problemas de infraestrutura no residencial Orgulho do Madeira, foi a vez de o vereador Jair Montes dá um chega para lá na secretária municipal de regularização fundiária, Márcia Luna. Sem papas na língua, Jair pediu que a secretária deixasse de lado o discurso acadêmico e falasse, em linguagem simples e objetiva, para que todos compreendessem, o que a prefeitura ia fazer para resolver o problema dos moradores do local, isto é, parasse de embromação. Luna engoliu em seco, sem pestanejar.
Como qualquer normal, o prefeito Hildon Chaves não pode controlar todas as áreas do conhecimento, nem é essa a expectativa da população, mas ela tem o direito de exigir do comandante do município e de sua equipe de colaboradores um mínimo de coerência e firmeza nas decisões. Sem isso, evidentemente, disseminar-se-ão no seio da população, mais que o sentimento de impotência e descrédito, a insegurança e a perplexidade, que em nada o ajudarão na busca de soluções para os muitos problemas crônicos – e graves – com que se debate a sociedade.
Valdemir Caldas