Uma pesquisa de opinião divulgada pelo Instituto Paraná entre os dias 9 e 13 de abril de 2025 vem movimentando os bastidores políticos de Rondônia. O levantamento, que mediu as intenções de voto para o Governo do Estado e para o Senado Federal, tanto de forma espontânea quanto estimulada, revelou dados que surpreenderam pela ausência de nomes relevantes, pela presença de pré-candidatos inelegíveis e por reacender disputas internas nos principais partidos.
Espontânea surpreende com nomes fora do jogo eleitoral
No cenário espontâneo — quando o entrevistado responde livremente, sem sugestão de nomes — o ex-governador Marcos Rocha (União Brasil) lidera com 5,6% das intenções de voto. Em seguida aparecem o senador Marcos Rogério (PL), com 3,7%, e o ex-governador Ivo Cassol (PP), com 2,8%. Já o ex-secretário de Saúde, Fernando Máximo (União Brasil), figura com 1,4% das citações.
A surpresa ficou por conta da exclusão de Máximo nos cenários estimulados da pesquisa, o que gerou críticas por parte de seus apoiadores. Outra ausência notável foi a do deputado federal Lúcio Mosquini (MDB), que também não foi incluído em nenhum dos recortes apresentados, apesar de ser apontado como pré-candidato ao Palácio Rio Madeira.
Marcos Rogério lidera nos cenários estimulados; Cassol preocupa partidos
Nos cenários estimulados, quando o eleitor escolhe entre opções previamente apresentadas, Marcos Rogério aparece com até 32% das intenções de voto, dependendo da configuração. Já Ivo Cassol figura em segundo lugar com até 26,2%. No entanto, Cassol segue inelegível devido a pendências jurídicas que, até o momento, o impedem de concorrer a cargos públicos.
Mesmo com a inelegibilidade, a presença de Cassol na pesquisa evidencia sua força eleitoral residual. Especialistas avaliam que, caso a situação jurídica não seja revertida, seus votos precisarão ser redistribuídos, o que pode alterar significativamente a disputa.
Adailton Fúria cresce no vácuo de Cassol
Com Cassol fora do páreo, o nome do prefeito de Cacoal, Adailton Fúria (PSD), desponta como alternativa com maior potencial de crescimento. Nos cenários testados sem o ex-governador, Fúria aparece na dianteira ou próximo disso, consolidando-se como um dos protagonistas da corrida pelo Governo em 2026.
A avaliação é de que a manutenção da inelegibilidade de Cassol criará um vácuo de até um quarto do eleitorado, o que deverá beneficiar nomes em ascensão, como Fúria, e mexer nas estratégias partidárias.
Senado também esquenta: Rocha, Mariana e Bruno Scheid se destacam
No campo da disputa ao Senado, o atual governador Marcos Rocha aparece como nome forte caso opte por não concorrer novamente ao Executivo. Nesse caso, seu partido poderia negociar alianças estratégicas com Marcos Rogério, criando uma composição de peso.
Entre os nomes testados, a deputada federal Mariana Carvalho (União Brasil) surge com 23,2% das intenções, seguida por Sílvia Cristina (PL), com 17,4%. Outro destaque foi Bruno Scheid, que atingiu 14% das intenções após ter seu nome citado publicamente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como sua preferência para a vaga de Rondônia no Senado.
Influência bolsonarista permanece forte no estado
A menção direta de Bolsonaro ao nome de Bruno Scheid, durante participação no podcast “Inteligência Ltda.”, mostra a força da influência bolsonarista sobre o eleitorado rondoniense. O fenômeno não é novo, mas reforça a necessidade de os partidos alinhados à direita articularem seus nomes com o aval do ex-presidente para garantir competitividade nas urnas.
Conclusão: jogo sucessório começa a se desenhar
A pesquisa do Instituto Paraná serve como termômetro para o cenário político de Rondônia. Ainda que distante da eleição de 2026, o levantamento trouxe elementos que aceleram as articulações nos bastidores e reacendem disputas internas nos partidos. A ausência de nomes com forte densidade eleitoral e a presença de figuras inelegíveis apontam para um cenário ainda em construção, mas que já movimenta as principais lideranças do estado.
Nos próximos meses, a tendência é de intensificação nas estratégias de pré-candidaturas, reaproximações políticas e possível reposicionamento de lideranças tradicionais. A corrida já começou.
Foto: Rondônia Dinâmica