sexta-feira, março 21, 2025
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Governo apreende café falsificado em meio à alta dos preços

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A alta superior a 40% no preço do café tem incentivado o aumento das fraudes no setor, colocando em risco a saúde pública e pressionando a indústria.

Nesta quarta-feira (19), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu lotes adulterados, com cascas e impurezas, nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, após investigações iniciadas pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

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Esse esquema fraudulento compromete tanto a saúde dos consumidores quanto a imagem do Brasil, maior exportador mundial do grão.

Os cafés falsificados frequentemente escondem resíduos e grãos defeituosos, que podem conter toxinas perigosas.

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O preço do café, que atinge US$ 4,00 por libra-peso na bolsa de Nova Iorque, leva consumidores a optarem por produtos adulterados, ampliando os riscos.

As empresas legítimas enfrentam dificuldades para manter o capital de giro e ainda lidam com a concorrência desleal dos produtos falsificados.

Pavel Cardoso, presidente da Abic, afirmou que a aceleração do preço do café tem gerado “um impacto avassalador” nas indústrias, que não conseguem sustentar os custos e são prejudicadas pela competição com produtos falsificados ou impróprios para o consumo.

Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, explicou que com o preço da saca de café variando entre R$ 2.200 e R$ 2.300, o custo da matéria-prima é de R$ 44 por quilo. Isso torna impossível vender pacotes de meio quilo por menos de R$ 22.

As fraudes também afetam as exportações brasileiras.

Cardoso alertou que o Brasil enfrenta um cenário sem precedentes, com preços da commodity superando os US$ 3,30 por libra-peso desde novembro de 2024.

Esse quadro, agravado pela previsão de uma safra menor em 2025 e estoques globais baixos, é muito mais crítico que o episódio de 1974, quando os preços ficaram em US$ 3,00 por libra-peso durante 20 dias.

A crise no setor é impulsionada pela combinação de fatores climáticos adversos, como seca e calor, e problemas logísticos.

Em 2024, o Mapa retirou 79 mil quilos de café irregular após analisar 539 amostras. A Abic criou um canal online para denúncias e expandiu o programa “Gôndola Certificada” para garantir a pureza do produto.

O Mapa divulgará um relatório sobre as apreensões em breve, enquanto a Abic segue com iniciativas para certificar o produto e proteger consumidores e o setor.

 

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