O julgamento do lateral-direito Daniel Alves, acusado de agredir sexualmente uma mulher em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022, chegou ao seu terceiro dia. Na tarde desta quarta-feira (7), quem depõe diante da juíza Isabel Delgado Pérez é justamente o jogador brasileiro.
No pronunciamento, Daniel Alves chorou, confirmou uso excessivo de álcool na noite do suposto crime, mas negou que tenha praticado estupro contra a mulher.
Leia trechos do depoimento de Daniel Alves:
“Encontrei com meus [três] amigos para almoçar na Taberna del Clínic. Chegamos por volta das 14h30. No início, íamos apenas comer, mas não nos víamos havia muito tempo ficamos até 1h da manhã. Pedimos cinco garrafas de vinho e uma garrafa de uísque japonês.”
“Quando saímos do restaurante, fomos ao Nuba e tomamos uma rodada de gim-tônica. Para chegar lá, fomos de carro. O Bruno [Brasil, amigo do jogador que prestou depoimento nesta terça] dirigiu, porque eu tinha bebido muito e não podia dirigir.”
“Acredito que elas sabiam quem eu era, afinal muitas pessoas pediam para tirar foto comigo.”
“Há apenas um banheiro na mesa seis. Sou frequentador assíduo da Sutton e, sempre que essa mesa está disponível, não preciso atravessar o clube para chegar lá. A porta estava aberta. Chegamos ao reservado e começamos a beber e dançar com Bruno por um tempo.”
Primeiro vieram duas garotas e elas ficaram lá dançando por um tempo. “Depois convidaram as três garotas, a reclamante e suas amigas.”
“Elas não se sentiram nem um pouco desconfortáveis. Elas chegaram e começaram a nos cumprimentar. Começou uma conversa, estávamos nos movimentando, conversando umas com as outras. Eu sou uma pessoa muito próxima, mas com respeito. Estávamos dançando, interagindo”.
Já estávamos mais próximos, ela começou a dançar mais perto de mim, esfregando suas partes contra as minhas. Era uma dança típica de boate, uma dança que era um pouco mais íntima. Uma dança que era um pouco mais íntima
Daniel Alves, durante julgamento
“Ela colocou a mão para trás e começou a tocar minhas partes. Ela disse que sim para ir ao banheiro, eu não precisei insistir. Eu disse a ela que iria ao banheiro primeiro e esperei um pouco, achando que ela não viria, que não queria ir. E quando abri a porta, praticamente esbarrei nela.”
“Ela se ajoelhou na minha frente e começou a me fazer sexo oral. Abaixei a calça e sentei no vaso sanitário (Alves imita a posição no tribunal).”
“Recebi a notícia de que estava sendo acusado de estupro pela imprensa. O mundo desabou sobre mim. Eu estava praticamente arruinado porque minha conta no Brasil havia sido bloqueada e todos os meus contratos haviam sido quebrados (Daniel Alves começa a chorar)“.