O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, de 75 anos, foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas. A detenção ocorreu por volta das 4h, no momento em que Collor se dirigia ao aeroporto para embarcar rumo a Brasília, com o objetivo de se apresentar voluntariamente às autoridades. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a rejeição de recursos considerados protelatórios pela defesa do ex-presidente.
Collor foi condenado em 2023 pelo STF a uma pena de 8 anos e 10 meses de prisão, além de 90 dias-multa, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As acusações estão relacionadas ao recebimento de aproximadamente R$ 20 milhões em propinas entre 2010 e 2014, em troca de favorecimento político e indicações para cargos na BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras.
A denúncia contra Collor surgiu no âmbito da Operação Lava Jato e teve como base a delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia.
Após a prisão, o ex-presidente foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal em Maceió, onde permanece custodiado. Segundo informações da Polícia Federal, Collor deverá permanecer na capital alagoana até que o STF defina os próximos passos do cumprimento da pena.
Com essa detenção, Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso desde a redemocratização, após Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer.
A defesa de Collor informou que já está atuando para solicitar a conversão da pena em prisão domiciliar, alegando que o ex-presidente não apresentou resistência à prisão e possui passagem comprada para Brasília, demonstrando intenção de cumprir voluntariamente a decisão judicial.
A prisão de Fernando Collor representa um marco na história política do Brasil, evidenciando o avanço das investigações e punições relacionadas a casos de corrupção envolvendo altos escalões do poder público.