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Governo envia R$ 9 mil em soro para tratar família contaminada por bactéria rara após consumir milho, em RO

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A Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) divulgou, nesta quinta-feira (14), que enviou R$ 9 mil em soro para tratar oito pessoas de uma mesma família, de São Miguel do Guaporé (RO), interior de Rondônia, que contraiu botulismo (Clostridium botulinum), no último domingo (10), ao ingerir milho verde enlatado durante um churrasco.

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Quatro ampolas foram enviadas para Cacoal nesta semana para ajudar no tratamento da família, internada no Heuro da cidade. Cada unidade do medicamento custa R$ 2,3 mil. Além disso, o Ministério da Saúde liberou mais 11 ampolas, em caráter emergencial, para tratar os familiares.

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Segundo o governo, a Agevisa tem mantido rigor na investigação do caso, na aplicação do soro antibolúnico e no acompanhamento do atendimento às vítimas, que contraíram a bactéria que causa a doença durante um churrasco no final de semana passada.

Das vítimas, cinco apresentaram sintomas e seguem internadas no Hospital de Urgência e Emergência Regional em Cacoal.

De acordo com a Agevisa, elas apresentam queda de pálpebra, diplopia (percepção de duas imagens de um único objeto), dificuldade de fala, de respiração e para engolir. O governo diz que as vítimas apresentaram melhora no quadro.

Nesta quinta-feira (14), as equipes que fazem a investigação sanitária trazem a Porto Velho amostras bromatológicas (de alimentos consumidos no churrasco). Da capital, essas mostras serão enviadas para análises no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Na quarta-feira (13), o Lacen encaminhou amostras de sangue coletados dos pacientes.

Caso

Durante o almoço, no último domingo, oito pessoas de uma mesma família foram contaminadas pela bactéria Clostridium botulinum, após a ingestão de uma maionese preparada com milho em conserva. Todos são moradores de São Miguel do Guaporé (RO). A bactéria causa botulismo.

Sintomas do botulismo

Nesse tipo de botulismo alimentar, de acordo com a Agevisa, neurotoxinas atacam os nervos das pessoas, fazendo cair a musculatura da língua, da pálpebra e do céu da boca. Quando elas entram na corrente sanguínea, primeiramente se alojam em nervos cranianos.

Das oito pessoas que participaram do churrasco, cinco adoeceram e três são acompanhados 24 horas, pois, mesmo sem sintomas da doença, devem ser monitorados em até dez dias, período em que estão sujeitos a contraí-la. A quinta paciente estava com leves sintomas, porém, piorou e precisou ser entubada.

Duas crianças, que estão em Alvorada d’Oeste, foram atendidas e liberadas pelo hospital, mas vêm sendo observadas e avaliadas por uma enfermeira da cidade.

Medicamento

No início da semana, todas as quatro ampolas que estavam disponíveis no Programa Estadual de Imunização foram encaminhadas ao Heuro de Cacoal para o atendimento dos pacientes que estavam mais graves.

A ampola de soro de aplicação endovenosa serve para neutralizar a neurotoxina circulante, impedindo que ela se fixe em outras células nervosas. O soro pode ser aplicado até sete dias após o aparecimento dos sintomas da doença.

Duas equipes da Agevisa foram envolvidas na investigação epidemiológica. Uma rastreou produtos usados na festa, enquanto a outra equipe de campo procurou outras pessoas para saber do que se alimentaram e quanto tempo depois sentiram algum sintoma.

A médica Arlete Baldez, na nota da Agevisa, diz que o caso de São Miguel assusta, mas serve de alerta para que as pessoas tenham o máximo cuidado ao verificar em casa a procedência e o manuseio de alimentos.

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