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Homem trans dá à luz uma menina e realiza sonho do casal: ‘Sempre imaginava como ia ser o rostinho’

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“Sempre imaginava como ia ser o rostinho dela, passamos nove meses na expectativa por esse momento”, diz Rodrigo Brayan da Silva ao descrever o nascimento da filha de parto normal. O homem trans deu à luz uma menina em Montes Claros, no Norte de Minas, na madrugada dessa terça-feira (6).
“Valeu muito a pena, porque hoje tenho a família que sempre sonhei e isso não tem preço. Quero estar sempre presente, trocar fralda, dar banho”.
A companheira Ellen Carine, que também é trans, esteve ao lado o tempo todo e acompanhou cada contração do marido. Os dois chegaram ao hospital às 10h30 de segunda-feira. Rodrigo entrou em trabalho de parto após oito horas.
“Ele estava com 39 semanas, e a previsão era pra nascer no dia 12. Fomos pegos de surpresa quando chegamos no hospital e descobrimos que a bolsa tinha estourado. Foi preciso tomar medicamentos para induzir o parto, e as contrações começaram”, conta Ellen Carine Martins da Silva Maciel.
Mais algumas horas se passaram e a pequena Izabella Victória nasceu pesando 3.110 kg e com 50 centímetros. Após cortar o cordão umbilical, a mãe teve a filha nos braços pela primeira vez.
“Assim que o bebê nasce, é colocado pra ter contato com o corpo humano e decidimos que o contato seria comigo, que sou a mãe. Ela foi direto para o Rodrigo até o cordão umbilical ser cortado, depois veio para os meus braços e ficou uma hora comigo. Tudo que estava acontecendo parecia um conto de mágica, a equipe do hospital foi incrível. Só saía lágrimas”.

“Fiquei tranquilo durante o parto e deu tudo certo. Mantive a calma o tempo todo, só fechava o olho e pedia a Deus pra passar logo. Poder segurar ela pela primeira vez foi um alívio, por ter dado tudo certo e ver que minha filha estava bem. Agora só pensamos em ir pra casa, pra conhecer o cantinho dela e dar muito carinho e atenção”, disse Rodrigo, que ainda estava no hospital quando conversou com o G1.
Sonho de ter filho
Rodrigo e Ellen iniciaram um relacionamento há um ano e quatro meses, após se conhecerem pela internet. Ele morava em Piracicaba (SP) e largou tudo para viver o grande amor no Norte de Minas. Separados por cerca de mil quilômetros, os dois sempre tiveram o mesmo sonho: ter um filho, cada um motivado por histórias de vida diferentes.
“Era um sonho meu, sou filha única e sempre senti falta de ter um irmão. Desde os 17 anos, queria ter um filho. Quando conheci o Rodrigo, ele também me relatou o desejo, mas nunca imaginou que ele iria gerar”, disse Ellen.
“Sonhava em ser pai porque fui criado só pela minha mãe, sem a figura paterna. Queria ser para o meu filho o pai que nunca tive”, afirmou Rodrigo.
Movido por esse sonho de ter filho, o casal resolveu engravidar, e o resultado positivo veio depois de seis meses de tentativa.
“Ele engravidou de forma natural, nós dois paramos de tomar hormônios. Ele parou porque já tinha conseguido as características masculinas e eu parei para conseguir engravidar. No sétimo mês tentando, deu certo”, disse Ellen.
“Sei que é difícil criar um filho, mas também sei o que é ser filha única, sempre me senti muito sozinha. Vamos ter outro em breve, ainda neste ano.”
Rodrigo e Ellen contam que os nove meses de gestação foram tranquilos. Agora, eles já pensam em ter o segundo filho.
“Queria ter um menininho para fazer um casal. Passaria por tudo isso novamente”, afirmou Rodrigo.
Repercussão na internet
Berço rosa, cômoda, bonecas e muitas roupinhas. Um cantinho do quarto do casal foi adaptado para receber a bebê. Praticamente todas as coisas foram doadas por pessoas que seguem o casal nas redes sociais. Os presentes vieram de várias país.
Quando o casal descobriu a gravidez, resolveu criar uma página no Instagram e um canal no Youtube. O intuito era mostrar a gestação trans e compartilhar informações, mas ganhou uma dimensão muito maior.
“Lojas de todo o Brasil entraram em contato dizendo que clientes estavam comprando presentes para enviar. Abrimos uma caixa postal e as doações passaram a chegar de toda parte”.
Rodrigo e Ellen ficaram desempregados durante a pandemia e, agora, a renda deles também vem da internet. Uma das páginas tem mais de 100 mil seguidores.
“O intuito era mostrar realmente como era a gestação e fazer as pessoas enxergarem que somos normais e só queremos ter a nossa família, mas acabou abrindo uma porta pra gente”.
Com informações do site: G1
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