Nos últimos cinco anos, a Petrobras vem enfrentando uma investigação épica de corrupção, uma recessão incapacitante e preços instáveis do petróleo. Agora, a estatal se vê diante de outro desafio: ladrões estão roubando milhões de dólares em combustível para vender em um próspero mercado negro.
Os casos de furto de combustíveis a partir de dutos da Petrobras bateram recorde no ano passado, com 261 incidentes registrados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo – em 2016, foi apenas um caso. Os dados são de relatórios da empresa de agosto e de declarações feitas à Reuters por representantes da companhia.
A maioria desses furtos, segundo a polícia, é obra de sofisticados grupos criminosos, alguns com caminhões próprios, empresas de distribuição e até postos de gasolina no varejo.
“São criaturas criativas”, disse Julio da Silva Filho, chefe de uma unidade policial do Rio que investiga o roubo de petróleo.
O crime custa à subsidiária de distribuição da Petrobras, a Transpetro, mais de R$ 150 milhões por ano, afirmou o presidente-executivo da Petrobras, Roberto Castello Branco, em um evento em junho.
As supostas perdas são pequenas em comparação com as do México, onde gangues de criminosos se infiltraram nos negócios de petróleo em grande medida. O roubo de combustível custa à Pemex estatal mais de US$ 3 bilhões anualmente, segundo dados da empresa.