Deputados de partidos com ministérios no governo reforçam requerimento protocolado pela oposição, revelando contradições na base aliada
Um movimento inesperado dentro da Câmara dos Deputados expôs nesta segunda-feira (14) uma fragilidade da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Partidos que ocupam ministérios no governo assinaram o requerimento de urgência para votação do projeto de lei que propõe anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro, protocolado pela oposição.
O pedido teve 262 assinaturas válidas, com destaque para o apoio de deputados de legendas que compõem o governo e controlam pastas importantes na Esplanada dos Ministérios.
O União Brasil, responsável pelos ministérios das Comunicações, Turismo e com indicação no Desenvolvimento Regional, teve 40 deputados apoiando a proposta. O PSD, que comanda as pastas da Agricultura, Pesca e Minas e Energia, contribuiu com 23 assinaturas. Já o MDB, à frente dos ministérios das Cidades, Planejamento e Transportes, teve 20 deputados assinando o requerimento.
Além desses três, dois partidos com ministérios, mas que se autodeclaram independentes, também deram apoio expressivo ao pedido: o Republicanos, que chefia o Ministério dos Portos e Aeroportos, teve 28 assinaturas; e o PP, responsável pelo Ministério dos Esportes, contou com 35 deputados apoiando o requerimento.
A adesão de parlamentares de partidos ligados ao governo a uma pauta defendida pela oposição acende um sinal de alerta no Palácio do Planalto. A movimentação evidencia a dificuldade do Executivo em manter uma base coesa no Congresso Nacional, especialmente em votações polêmicas e de grande impacto político.
O projeto de anistia tem dividido opiniões dentro e fora do parlamento. Enquanto setores da oposição defendem o perdão aos envolvidos, membros do governo e da sociedade civil argumentam que a medida compromete a responsabilização pelos ataques à democracia.
A expectativa agora gira em torno da tramitação do projeto no plenário da Câmara, onde o posicionamento desses partidos será decisivo para o futuro da proposta.
Por Alerta Rondônia