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&#39Pai sequer derramou uma lágrima&#39, diz delegado sobre caso da menina espancada até a morte

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“O pai sequer derramou uma lágrima pela morte da própria filha”, afirmou o delegado Rodrigo Camargo da delegacia de Homicídios de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, sobre o caso Lauanny Hester Rodrigues, que tinha dois anos e foi morta pelo pai e a madrasta. O crime aconteceu no fim da manhã de sábado (21) no bairro Marechal Rondon.

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De acordo com o boletim de ocorrência, o crime se tratava de homicídio doloso, mas após o interrogatório dos envolvidos, o delegado responsável pelo caso afirmou que os acusados responderão por homicídio qualificado.

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“Foi encaminhado o cadáver da criança ao IML [Instituto Médico Legal]. Lá foi constatada hemorragia interna com lesões no fígado, no coração e também nos pulmões. Tudo decorrente do espancamento. A morte foi causada por espancamento. Uma covardia e de forma muito cruel”.

Corpo da criança foi encontrado dentro da casa, em Ariquemes — Foto: Rinaldo Moreira/G1

Rodrigo conta que ao chegar no local do crime, após receber uma chamada da Central de Atendimentos da Polícia, percebeu que a casa estava desorganizada. Os responsáveis pela menina não estavam na residência quando o corpo foi encontrado.

“No local havia uma sala com alguns objetos revirados. A casa era totalmente insalubre e sem condições de higiene, mostrando que ali viviam pessoas que faziam o uso de drogas, me lembro que havia um pacote de farinha virado”.

Enquanto uma guarnição investigava o local, segundo o delegado, outra foi enviada para fazer a busca dos suspeitos: o pai, identificado como William Monteiro da Silva de 25 anos, e a madrasta, Ingrid Bernardino Andrade de 23 anos.

“Eles foram encontrados na beira da praia do Bairro Marechal Rondon deitados embaixo de uma árvore. O pai sequer derramou uma lágrima pela morte da própria filha. Eles foram conduzidos à delegacia para interrogatório”, afirma.

O filho do casal, um bebê de 5 meses, que também estava na prainha foi encaminhado ao Conselho Tutelar.

Interrogatório

Casa onde a criança morreu após ser espancada em Ariquemes — Foto: Rinaldo Moreira/G1

Na delegacia, Rodrigo Camargo conta que os suspeitos descreveram toda ação que iniciou na madrugada de sábado (21).

“Eles afirmaram que na madrugada a criança acordou por volta das 2h40, foi para cozinha e começou a mexer nas coisas, entre elas acabou rasgando o saco de farinha e fazendo sujeira. Diante disso, para corrigir a criança, acabaram batendo nela e botando de castigo”, explica o delegado.

Após isso, os investigados voltaram a dormir. Quando acordaram, por volta das 10h a criança estava brincando em cima de uma mesa e acabou derrubando algumas coisas. Com isso, o delegado diz que os suspeitos voltaram a agredir a menina como forma de correção.

“Porque a criança rasgou o saco de farinha acabaram espancando ela até a morte”, diz o delegado.

De acordo com Camargo, tanto o pai como a madrasta mentiram durante o interrogatório.

“Eles falaram que a criança estava tomando banho e que por volta das 11h a encontraram desmaiada e por isso que ela tinha lesões. Eles também alegaram que a criança havia ingerido detergente, um produto químico e por isso que ela foi agredida e que a morte dela ocorreu por ingestão desse produto. O que é mentira, porque pedimos um laudo para o médico legista verificar a secreção estomacal da criança. No resultado deu que estava normal”.

Entenda o caso

No final da manhã do último sábado (21) a Polícia Militar (PM) foi acionada após uma chamada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi realizada por moradores do bairro Marechal Rondon em Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, que relataram ter ouvido uma criança sendo agredida.

A vítima, uma menina de 2 anos, foi identificada como Lauanny Hester Rodrigues, que morreu após ser espancada pelo pai e a madrasta na casa onde morava.

A criança apresentava múltiplas fraturas graves no corpo, segundo o médico Mauro Lopes, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Ela estava politraumatizada [com traumatismos múltiplos]. Havia fraturas no crânio, tórax, quadril e abdômen. Tentamos fazer manobras de ressuscitação, mas infelizmente eram muitas pancadas graves, evoluindo para óbito”, relata o médico que atendeu o caso.

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