Um advogado, de 63 anos, foi resgatado pela Polícia Civil, na semana passada, em Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho. Segundo as investigações, ele era mantido em cárcere privado pela esposa, uma bacharela em direito, de 47 anos. Ela foi presa preventivamente, mas nega as acusações.
De acordo com a Polícia Civil, o caso foi noticiado, primeiramente, ao Ministério Público, ano passado. Na ocasião, um familiar denunciou que havia negligência na assistência médica ao idoso.
Depois disso, em janeiro deste ano, novas denúncias foram feitas à Polícia Civil, relatando possível situação de cárcere privado e maus tratos. Os investigadores começaram a apurar o caso e confirmaram que havia indícios de crime.
Na semana passada, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão e resgataram o idoso. Segundo a Polícia Civil, o homem foi encontrado extremamente debilitado e tinha dificuldades para andar. Ele foi ouvido e deixado sob os cuidados de um filho, de 22 anos.
A mulher não foi encontrada e, horas depois, procurou a delegacia para registrar que o marido havia sido sequestrado. Com isso, o mandado de prisão contra ela foi cumprido. A suspeita foi interrogada e afirmou que sempre cuidou bem do marido.
Ela foi indiciada por cárcere privado, com agravante de maus tratos a pessoa acima de 60 anos. Conforme as investigações, o advogado era mantido em casa, sob maus tratos, isolado do convívio social, inclusive de familiares.
Além disso, as investigações apontaram que a vítima sofria de problemas de saúde há cerca de cinco anos e a esposa é suspeita de ministrar medicamentos controlados em doses excessivas. Dessa forma, o idoso ficava impedido de buscar ajuda, pois ficava dopado.
O idoso relatou à polícia que, por vezes, tinha apenas uma refeição por dia, composta por um prato de arroz, e fazia as necessidades fisiológicas na roupa. Ele narrou ainda que era submetido a humilhações.
O casal estava junto há 20 anos e tem dois filhos; um menor e outro maior de idade. Não há histórico de violência entre o casal.
O Ministério Público informou que continua acompanhando a situação do idoso, mas não pode passar mais informações, pois o caso está sob sigilo.
A suspeita continua presa no presídio feminino do município e o advogado dela não quis se pronunciar sobre o assunto. O G1 não conseguiu localizar familiares da vítima.
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