quarta-feira, maio 14, 2025
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OPINIÃO | TRUMP, TARIFAS E A FALSA RIQUEZA DOS OUTROS: TRUMP AFIRMA QUE BRASIL E OUTROS PAÍSES “FICARAM RICOS” ÀS CUSTAS DOS EUA

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Ex-presidente americano insiste na retórica de que países como o Brasil enriqueceram às custas dos Estados Unidos

Por mais uma vez, Donald Trump usou a velha tática de apontar o dedo para fora quando o assunto é economia. Em entrevista à revista Time, o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou que o Brasil, China, Índia e outros países “ficaram ricos” ao cobrarem tarifas de importação sobre produtos americanos. A fala, embora impactante, ignora nuances básicas do comércio internacional e reforça o estilo combativo que marcou sua política externa.

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Trump parece esquecer – ou convenientemente omitir – que essas tarifas são parte do jogo global há décadas, e que os EUA também sempre protegeram setores estratégicos da sua economia. Ao acusar o Brasil de “sobreviver” graças às tarifas, Trump dá a entender que o país lucra enquanto os Estados Unidos são explorados. É uma narrativa simplista, que serve mais à sua base política do que à realidade dos fatos.

A visão de mundo de Trump é binária: ou você está ganhando, ou está sendo enganado. E, segundo ele, os EUA sempre saíram perdendo – até que ele assumiu o comando. “Fechei 200 acordos”, disse, vangloriando-se de negociações que, na prática, pouco mudaram o cenário comercial internacional de forma estrutural.

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Ao afirmar que a imposição de tarifas foi um “tremendo sucesso”, Trump também tenta transformar uma medida emergencial em doutrina econômica. De fato, tarifas podem proteger indústrias em risco, mas também encarecem produtos e afetam o consumidor comum. Isso não aparece em seu discurso. O que ele vende é uma ideia de patriotismo econômico, mesmo que isso venha à custa de tensões diplomáticas e aumento nos preços internos.

A menção ao Brasil não é casual. Para Trump, criticar países em desenvolvimento reforça a imagem de que os EUA foram “enganados” por governos frouxos e acordos comerciais malfeitos. É uma forma de reforçar sua narrativa de salvador da pátria. Mas a realidade é mais complexa: a economia global é interdependente, e soluções fáceis raramente funcionam.

No fim das contas, o discurso de Trump continua sendo mais político do que econômico. Serve para alimentar sua base, manter viva sua imagem de negociador implacável e, claro, buscar apoio para uma possível nova candidatura. Enquanto isso, o Brasil segue seu caminho – nem tão rico quanto ele pensa, nem tão dependente quanto ele sugere.

Almi Coelho – DRT 1207/RO

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