Os brasileiros estão cada vez mais atentos sobre a importância de ter uma reserva de emergência. Esse é o segundo principal objetivo de quem realiza aplicações financeiras no país, atrás apenas do sonho da casa própria, conforme pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha. Apesar do interesse, muitas pessoas não sabem por onde começar.
A quinta edição da pesquisa “Raio X do Investidor”, publicada em maio deste ano, mostrou que aproximadamente 52 milhões de brasileiros realizaram algum tipo de aplicação financeira em 2021. A maioria desses investidores integra as classes sociais A e B (52%). Já a classe C corresponde a 29%, enquanto D e E apenas 16%.
Na avaliação da Anbima, os percentuais não surpreendem, uma vez que as famílias das classes mais baixas, muitas vezes, encontram-se em situação de vulnerabilidade econômica e social, o que as impede de poupar e investir.
Entre aqueles que investem, o principal objetivo é usar o retorno financeiro para a compra da casa própria (29%). Outros 20% pretendem criar uma reserva de emergência. Também foram citados na pesquisa os interesses em comprar um veículo (8%), trabalhar no próprio negócio (8%), planejar a aposentadoria (8%), viajar (7%) e investir em educação (7%)
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Como começar a poupar
A reserva de emergência é um recurso financeiro para ser usado em situações de grande necessidade. Em seu canal “Me Poupe!”, a especialista em finanças Nathalia Arcuri compara esse tipo de reserva ao kit de primeiros socorros. “Ambos ficam guardados e você espera nunca ter que usá-los”, explica.
Para criar uma reserva de emergência, Nathalia orienta calcular o custo de vida para um período de seis meses. Isso não significa multiplicar o salário por seis, mas conhecer o total de despesas que se tem por mês. Para tanto, é aconselhável colocar no papel todos os gastos fixos e variáveis. Depois de saber esse número, aí sim deve ser feita a multiplicação por seis. O valor final será a meta para poupar.
Segundo a especialista, a proposta é garantir seis meses de tranquilidade financeira caso alguma emergência ocorra, como a perda do emprego ou um problema de saúde.
Como fazer o dinheiro render
Juntar o dinheiro necessário para manter seus gastos por um período de seis meses, a princípio, pode parecer uma tarefa difícil. Para Nathalia, o segredo é escolher aplicações financeiras que vão trabalhar pelo investidor, fazendo o recurso poupado render.
A primeira orientação da especialista é não optar pela caderneta de poupança, tendo em vista que a remuneração é inferior em comparação a outras aplicações.
Para ter acesso a outros tipos de produtos financeiros, é aconselhável abrir uma conta em uma corretora de investimentos, que conta com uma equipe de profissionais capacitados para orientar sobre quais as melhores opções disponíveis.
Os títulos do Tesouro Direto e os Certificados de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária são alternativas para a criação de uma reserva de emergência. Além de mais seguros em relação a outros investimentos, ambos estão mais lucrativos por conta da alta da taxa básica de juros Selic, fixada em 12,75% ao ano.
por: Luiz Affonso Mehl