No decorrer da história muito se escreveu sobre paixão e amor e suas diferenças. No desenvolvimento da minha profissão como Psicólogo percebi que duas concepções persistiam nos relatos dos meus pacientes. Uma sobre a paixão vivida como desejo ardente, de posse do corpo e da essência do outro, da modificação radical da sua própria vida em nome dessa emoção. E a outra sobre o amor como um entrelaçamento de projetos amorosos, de enxergar a pessoa amada como companheira de vida. E principalmente conhecer e valorizar o outro como ele é e se dispor a construir um projeto de vida a dois, sem deixar de se levar em consideração, pois sabe que também é respeitada por quem lhe ama.
Não existe uma ordem prioritária entre paixão e amor, nem a necessidade de uma se transformar noutra. Como psicólogo acompanhei relações de casais que se apaixonaram intensamente e quando terminou a paixão, não sobrou nenhum significado nem propósito para continuar o relacionamento. Alguns duraram uma semana, um mês outros vários anos. E em nenhum momento a emoção entre ambos passou perto do que se concebe do que é o amor. Ficou só na intensidade do fogo da paixão, no desejo intenso pelo posse do outro. Geralmente é uma relação tumultuada de desejo ardente e ciúme doentio, muito sofrimento e prazer ardente; tudo vivido intensamente. É comum eclodir as brigas por traição porque geralmente não se contentavam com uma só paixão e uma única pessoa na relação.
Também acompanhei casais que logo que se conheceram se identificaram muito mais pelo que o outro é e como este se apresentava como essência, do que o deseja ardente de possuí-lo. É como se o outro se encaixasse perfeitamente no que esperava de uma relação amorosa. Esses relacionamentos aprofundaram-se para um entrelaçamento de projetos entre o casal e ambos buscavam vidas similares. No decorrer da relação viveram diversos episódios de paixão que os satisfaziam. Porém há de se tomar um cuidado com esse tipo de relação para não se tornar algo morno e sem graça, embora satisfaça no início.
O mais realizador é quando a relação amorosa alcança o equilíbrio da paixão ardente com um sentido profundo de compartilhamento de vida. E quando se alcança essa situação é importante se questionar: se vamos ficar juntos, o que queremos para nossas vidas e como construí-las? Frase que deveria ser corriqueira em quem está preste a casar ou mesmo morar juntos, mas não vejo essa preocupação no cotidiano de quem se prepara para casar. Para entender a implicação disso leia o texto casamento de duas famílias no blog www.flaviomeloribeiro.com.br
Psicólogo Flávio Melo Ribeiro
CRP12/00449
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