Nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (09), policiais civis da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas- DRACO, deflagraram uma operação denominada “Meganhe”, para prender uma quadrilha formada por apenados do sistema prisional e agentes penitenciários de Rondônia. A operação visa combater atos ilegais de favorecimentos a presos realizados por uma organização criminosa que atuava dentro do sistema carcerário em Porto Velho. Os agentes penitenciários responderão pela facilitação de entrada de aparelho celular em presídio, organização criminosa, corrupção passiva, prevaricação imprópria, entre outros. 11 agentes penitenciários foram presos, dentre eles o diretor do presídio Ênio Pinheiro. De 31 mandados expedidos pela Justiça, 26 foram cumpridos. Outros cinco suspeitos acabaram não sendo localizados.
De acordo com o delegado Marcos Vinicius, a DRACO, iniciou sua investigação contra apenados que praticavam crimes de tráfico de drogas, furtos e roubos e, durante esta investigação, foram identificados atos ilegais por parte de alguns agentes penitenciários do sistema carcerário local. “Vários monitoramentos foram realizados, assim como, acompanhamento dos acusados e, de acordo com as investigações, alguns dos agentes públicos lotados no Presídio Ênio Pinheiro, favoreciam alguns presidiários em troca de vantagens pessoas, tais como, dinheiro, abastecimento do veículo particular, entre outras”, explica o delegado.
As investigações demonstraram que os presidiários beneficiados tinham estreita relação com os agentes públicos. Teve casos apurados durante a investigação de o preso dirigir o veículo particular do agente penitenciário, almoçar em restaurante e o apenado pagar a conta, assim como, de ir buscar o filho do agente público na escola, dando a entender o laço de confiança e aproximação do agente público com o preso, em alguns casos”, disse a delegada Ingrid. As condutas do agentes públicos foram ilegais em várias circunstâncias. Os presos beneficiados, saíam do Presídio Ênio Pinheiro sem cumprir as normas internas de saída do sistema prisional, tinham total liberdade com os agentes penitenciários e não utilizavam algemas durante o percurso da escolta que era realizada em carros particulares dos agentes públicos.
Houve outro caso em que o preso solicitou a compra de refrigerante e bebidas alcoólicas de dentro do presídio e, com a ajuda de um agente penitenciário, os produtos foram colocados para dentro do sistema carcerário, porém, foram interceptados pela equipe de plantão da unidade prisional. A operação contou com o apoio de cerca de 200 policiais civis, entre eles, a colaboração direta de 20 delegados conduzindo quase 50 equipes. A Companhia de Operações Especiais – COE, da Polícia Militar também atuou na Operação, dando todo apoio dentro do presídio.
Por Richard Nunes
DRT -1613/RO
FONTE: ALERTA RONDÔNIA