Os vereadores Carmozino Alves Moreira (PSDC), Ângelo Mariano Donadon Junior (PSD) e Vanderlei Amauri Graebin (PSC) tiveram os mandatos cassados pela Câmara de Vereadores de Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho.
O parecer final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi apresentado durante uma sessão extraordinária, na noite de quinta-feira (1º), e pediu a cassação dos parlamentares. Os 10 vereadores em exercício votaram a favor da perda dos mandatos.
A sessão, que começou às 13h10 e terminou às 21h55, foi aberta ao público. Todos que entraram no auditório da câmara passaram por detectores de metal. A Polícia Militar também reforçou a segurança do local.
O relator da CPI, vereador Rafael Maziero, leu a denúncia e o parecer final da comissão. Os vereadores Vanderlei e Carmozino compareceram à sessão e manifestaram suas defesas.
Ângelo, conhecido por Junior Donadon, que já havia renunciado ao mandato através de uma carta, não compareceu à sessão e não enviou representa nte.
Junior, Carmozino e Vanderlei foram acusados pela CPI de infração ético-disciplinar por prática de atos de corrupção e infração ético-disciplinar por conduta incompatível com o decoro parlamentar.
Ao final da sessão, os 10 vereadores concordaram com o parecer final da comissão, e votaram de forma nominal e pública, a favor da cassação.
A defesa de Carmozino e Vanderlei afirma que vão recorrer da decisão na justiça.
Prisão de vereadores
Entre outubro e novembro de 2016, sete vereadores de Vilhena foram presos pela Polícia Federal (PF): José Garcia da Silva, Antônio Marco de Albuquerque, Jaldemiro Dedé Moreira, Maria Marta José Moreira, Vanderlei, Carmozino e Junior.
As investigações apontam que os parlamentares participavam de um esquema de aprovação de loteamentos na cidade, mediante recompensa. Para os loteamentos serem aprovados, os vereadores recebiam terrenos e quantias em dinheiro.
Carmozino, Júnior e Vanderlei foram reeleitos vereadores nas eleições do dia 2 de outubro. Júnior foi o 5º mais votado da cidade e recebeu 1.057 votos, o que corresponde a 2,3% dos votos válidos. Graebin foi eleito pela 6ª vez consecutiva com 950 votos e Carmozino pela 4ª vez, com 921 votos.
Em janeiro deste ano, mesmo presos, eles tomaram posse do cargo. Em março, os parlamentares tiveram o pedido de liberdade deferido pela 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça de Rondônia, mas a decisão de afastamento da Câmara de Vereadores, imposta anteriormente, não foi revogada.